Avanço das redes sociais impacta empresas
Fundador da consultoria BITES e sócio da W3 Geoinformação Editora, o jornalista Manoel Fernandes reflete, em artigo publicado no anuário da Mega Brasil, sobre o impacto das redes sociais no mundo corporativo. De acordo com ele, esse tipo de canal veio potencializar um aspecto sempre presente na sociedade: a troca de impressões entre as pessoas sobre produtos, serviços e oportunidades de negócios. “O que mudou foi o alcance dessas opiniões, a forma como ganharam caráter exponencial e seu impacto em relação a qualquer estratégia de comunicação ou marketing que as ignore no seu planejamento. O surgimento de uma sociedade conectada digitalmente definiu o novo modelo de interações”, escreve Fernandes, lembrando que, no antigo modelo, a comunicação corporativa era unilateral, em que um falava para muitos. “Agora, os consumidores são canais de mídia e propagam suas ideias em serviços como blogs, Facebook, YouTube e Orkut. O monopólio do discurso não existe mais e os consumidores têm o poder em suas mãos.” Não mais um debate sociológico, o fenômeno, diz o autor, traz consequencias relevantes para a arena dos negócios, fazendo emergir um novo consumidor, “que está longe daquele ser passivo com o qual as empresas se acostumaram ao colocar na rua as campanhas publicitárias, estratégias de comunicação corporativa ou outros modelos de construção de marca”. Os números comprovam: 28% da população do planeta faz uso da internet e de seus serviços, exatamente um terço dos brasileiros navega na rede, o alcance das redes sociais mais conhecidas cresce a cada segundo (36 milhões de usuários no Orkut e 9 milhões no Facebook, só no Brasil, conforme dados expostos pelo autor, referentes ainda ao ano passado). Entre as medidas que as empresas vêm adotando para não ficar atrás, Manoel Fernandes registra que a “primeira e mais interessante” é o uso intensivo do Twitter e de blogs corporativos para interagir com clientes, tirar dúvidas, desenvolver relacionamentos. “Dessa maneira, quebram-se as antigas barreiras. As formalidades e a burocracia do antigo SAC são derrubadas em apenas 140 caracteres.” De modo geral, diz, as organizações têm conseguido se adaptar a esse ambiente, rever suas estratégias de comunicação corporativa. Até porque, não tem outro jeito, e “quem ficar para trás perderá grandes oportunidades e, talvez, a própria história”. Elas precisam, ressalta Fernandes, ser mais parecidas com a internet, ágeis, dinâmicas, multidisciplinares. “Precisam enxergar nas redes uma possibilidade real de geração de capital, ou redução de custos, e não simplesmente um modismo sem propósito claro e objetivo.”
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