08ago
Festival ocorre de 24 a 29 de setembro, em Joinville
Consolidado como um dos mais importantes festivais da América Latina dedicados ao piano, o festival Pianístico chega à sétima edição, trazendo artistas de primeira linha para encantar o público de Joinville. O encontro musical criado em 2018 abriu uma nova vertente no calendário cultural da maior cidade catarinense, reconhecida internacionalmente pelo Festival de Dança. Por seis dias, entre 24 e 29 de setembro, os acordes do piano sobem ao palco, em teatros e outros espaços públicos, com ampla programação. O acesso, mais uma vez, é gratuito – ingressos, mediante reserva, estarão disponíveis em breve. Como contrapartida social, o festival leva um espetáculo exclusivo para estudantes da rede pública municipal, na ação intitulada “Pianístico nas Escolas”.
“Teremos a aplaudida mescla de artistas brasileiros e internacionais, e a reunião dos mais diferentes gêneros e estilos, que já caracterizam o nosso festival”, afirma o diretor artístico Carlos Branco, presidente da comissão central organizadora. Do elenco de pianistas anunciados, Branco chama atenção para a presença de dois nomes da cena erudita internacional, que se apresentam em turnês e festivais por todo o mundo: o duo a quatro mãos dos espanhóis Carles e Sofia e o consagrado pianista britânico Peter Donohue. Outro destaque é a cubana Marialy Pacheco, estrela do jazz mundial. “Do exterior, teremos ainda o tango de Pablo Fraguela e a incrível sensibilidade de Fernanda Morello, ambos argentinos, e o pianista paraguaio Oscar Aldama. E do Brasil, a reunião de alguns dos melhores pianistas da atualidade, que vão do erudito ao jazz e à MPB, como Anette Camargo, Clélia Iruzun, Deangelo Silva, Heloísa Fernandes, Luiz Gustavo Zago, Marcelo Galter, Yves Tanuri e Zé Manoel.”
Albertina Tuma, coordenadora geral, salienta que o slogan desta edição, “Pianos que encantam”, reflete não apenas a excelência artística do festival, mas seu compromisso em inspirar e emocionar o público. “Os apaixonados pela arte do piano podem se preparar, mais uma vez, para uma série de concertos irretocáveis e inesquecíveis, com grandes estrelas brasileiras e internacionais”, antecipa a produtora. “Nada disso seria possível sem o apoio das empresas catarinenses e o engajamento ativo da comunidade, que têm sido parceiras fundamentais desde o início.” Neste ano, a organização reativa o Conselho do Pianístico, um órgão consultivo que visa fortalecer ainda mais o impacto cultural do evento.
Na linha que orienta o projeto, o caráter didático será garantido com a realização de sete workshops, nos quais alguns dos pianistas convidados para o festival compartilham seus conhecimentos com músicos e professores locais. Na programação, temas como o piano no tango, na MPB e no jazz, e o processo criativo nas linguagens musicais de gêneros latino-americanos. Apostando na educação musical das novas gerações, o Pianístico leva o espetáculo infantil “Solano, o Piano”, com a pianista Naara Santana e o ator Luan Cordeiro, às escolas Sebastião Scarzello, no bairro Itaum, e Arinor Vogelsanger, na Vila Nova. As apresentações serão nos dias 20 e 23 de setembro.
Programação geral
Carles & Sofia Espanha
24/09 20h30 Teatro Juarez Machado
Annete Camargo Brasil Workshop
25/09 10h Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior
Annete Camargo Brasil
25/09 20h30 Teatro Juarez Machado
Pablo Fraguela Argentina Workshop
26/09 10h Casa da Cultura
Deangelo Silva Brasil
26/09 12h30 Shopping Mueller
Pablo Fraguela Argentina
26/09 19h Shopping Mueller
Marialy Pacheco Cuba
26/09 20h30 Teatro Juarez Machado
Yves Tanuri Brasil
26/09 22h Sociedade Harmonia Lyra
Deangelo Silva Brasil Workshop
27/09 10h Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior
Marcelo Galter Brasil Workshop
27/09 14h Belas Artes Joinville
Pablo Fraguela Argentina
27/09 19h30 Sociedade Harmonia Lyra
Marcelo Galter Brasil
27/09 20h30 Teatro Juarez Machado
Deangelo Silva Brasil
27/09 22h Sociedade Harmonia Lyra
Clélia Iruzin Brasil Masterclass
28/09 9h Casa da Cultura
Oscar Aldama Paraguai Workshop
28/09 10h Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior
Fernanda Morello Argentina
28/09 11h Sociedade Harmonia Lyra
Heloísa Fernandes Brasil Workshop
28/09 14h Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior
Oscar Aldama Paraguai
28/09 16h Sociedade Harmonia Lyra
Luiz Gustavo Zago Brasil
28/09 18h30 Sociedade Harmonia Lyra
Peter Donohue Inglaterra
28/09 20h30 Teatro Juarez Machado
Clelia Iruzun Brasil
29/09 11h Teatro Juarez Machado
Heloísa Fernandes Brasil
29/09 17h Teatro Juarez Machado
Zé Manoel Brasil
29/09 19h30 Teatro Juarez Machado
CONHEÇA OS PIANISTAS
Carles e Sofia (Espanha). Um dos mais destacados duos de piano em atividade, Carles Lama e Sofia Cabruja já se apresentaram em alguns dos principais teatros de mais de 40 países, como Carnegie Hall (Nova York), Teatro Solís (Montevideo), Teatro Colón (Buenos Aires), Palau de la Música Catalana (Barcelona), Jin Mao Tower (Xanghai), Glinka Philarmonic Hall (São Petersburgo), International House of Music (Moscou), Takanawa Kumin Hall (Tóquio), Brooklyn Theatre (Pretoria) e Liuzhou Art Center (China). Estrearam obras compostas especialmente para o duo, de autores como John Carmichael (Austrália), Tomas McIntosh (EUA), Françoise Choveaux (França), Zack Browning (EUA) e Christoph Ewers (Alemanha). Receberam vários prêmios, como a Distinção Honorífica da Unicef, Paul Harris Fellow Rotary International, Estrella de Oro a la Excelencia Profesional, Mella Europea al Mérito em el trabajo e Cruz Europea de Oro. O duo tem forte compromisso com os problemas sociais. Em 2012, fundaram seu projeto “Concerts4Good, Music on a Mission”, além de participar em projetos sociais nos quais a música é a força motriz.
Annete Camargo (Brasil). Vencedora do Prêmio Profissionais da Música em 2021 e 2023 como “jazz singer”, estudou piano erudito e piano popular. Indicada para o Concurso de Piano de Osvaldo Lacerda, em 1990, ficou em segundo lugar em sua categoria e em primeiro na menção honrosa. Em 2018, fez parte do CD “Livre”, de Edu Leal, e em 2020, do álbum “Canções sem Palavras” de Libero Dietrich (Umbilical). Em 2022, participou do Festival Sesc Jazz, em homenagem ao percussionista brasileiro Airto Moreira. Com seu projeto Anette Camargo Trio, já se apresentou no Instrumental Sesc Brasil, Casa Museu Ema Klabin, Rede Sesc São Paulo, Blue Note SP, Festival de Inverno de Paranapiacaba, entre outros. Anette acaba de produzir seu primeiro álbum autoral chamado “Cirandá”, no qual assina as oito faixas, direção musical e arranjos. Ela se apresenta em Joinville ao lado de Anette, Libero Dietrich (contrabaixo) e Rodrigo Digão Braz (bateria).
Deangelo Silva (Brasil). Pianista, compositor e arranjador de Minas Gerais, venceu o Prêmio BDMG Instrumental (2017), sendo considerado o melhor instrumentista na mesma edição. Seu álbum “Downriver” (2017) obteve resenhas positivas da crítica nacional e internacional. Seu álbum “Hangout”, com as participações de Antonio Loureiro (bateria), Frederico Heliodoro (contrabaixo), Felipe Vilas Boas (guitarra) e Marcelo Guerra, foi lançado no Brasil e no Japão pela Disk Union Records & Savassi Records. No Brasil, conquistou o Prêmio Marco Antônio Araújo (2021) como melhor do ano (BDMG Cultural). Tem parcerias com grandes músicos brasileiros como Toninho Horta, Juarez Moreira, Amilton Godoy e Filó Machado. O artista prepara o lançamento de seu primeiro disco de canções, “Made This Way”, com a cantora inglesa Jesse Monroe. O disco, com dez faixas em inglês, foi composto e gravado em 2023, explorando Urban Music, Rock e R&B. No Pianístico, apresenta-se ao lado de Yuri Batista (contrabaixo) e Gabriel Bruce (bateria).
Pablo Fraguela (Argentina). Desde 1997, integra o grupo folclórico María y Cosecha, vencedor do Festival Pré Cosquín 1999 na categoria Conjunto Instrumental. Pianista, arranjador e diretor do La Grela Quinteto de Tango desde 2001, apresenta-se em palcos de Buenos Aires e festivais de tango, além de realizar diversas turnês no exterior. A produção discográfica do grupo inclui “La Reina del Festín” (2014), “Superclásico” (2017) e “Gardel” (2019). Leciona música argentina em instituições de ensino superior. Acompanhou, ao longo da carreira, artistas como Suna Rocha, Horacio Molina, Jorge Cumbo, Grupo Vocal Argentino, Rita Cortese, Opus Cuatro, Margarita Laso (Equador), Vittorino (Portugal) e Dori Caymmi (Brasil). É considerado um dos melhores pianistas de tango da atualidade e um dos grandes conhecedores do gênero. Nesta apresentação, pensada especialmente para o Pianístico de Joinville, tendo a seu lado o contrabaixista Ricardo Canepa, interpretará os grandes clássicos do tango, dos mais tradicionais, como Carlos Gardel, Discépolo e Aníbal Troilo, aos modernos, Piazzolla e Rovira.
Marialy Pacheco (Cuba). Vencedora do Montreux Jazz Festival Solo Piano Competition 2012, estudou no Conservatório Alejandro García Caturla, na Escuela Nacional de Artes e no Instituto Superior de Artes de Havana. Em 2018, realizou concertos em Cuba, no Haiti e Itália, apresentou-se no Festival “Woman in Jazz” no Teatro La Fenice e na Filarmônica de Luxemburgo. Em 2019, tocou com a Orquestra Sinfônica de Nuremberg, a Filarmônica de Konstanz e lançou o álbum “Danzon Cubano – Live in Viersen” no Viersen International Jazz Festival. Seguiram-se apresentações em vários festivais na Europa, além de estrear nos EUA em Seattle, Boston, Filadélfia, Nova York e em Detroit. Em 2022, apresentou-se no Hitzacker Musikwoche, Mosel Musik Festival, Schleswig-Holstein Music Festival, Jazzbaltica, Festival Enter Enea, no Festival de Jazz de Roma e com a Bergische Symphoniker, além do lançamento dos álbuns Mamos e Reload. Em 2023, estreou na Elbphilharmonie Hamburg com Max Mutzke, seguida de atuações na Lituânia, Bucareste e Duisburg.
Yves Tanuri (Brasil). Pianista, compositor e produtor musical residente em Florianópolis. Bacharel em Composição e Regência (UFBA) e mestre em Processos Criativos em Música (Udesc). Participou do Sexta Jazz pela Aliança Francesa, na edição em homenagem à cantora Erykah Badu (2019), às cantoras Norah Jones e Erykah Badu (2024) e no especial Hermeto Pascoal (2023). Participou do Floripa Jazz (2019) com a Big Band Udesc. Realizou o projeto “Konnaclaves – Oficina de Ritmos Brasileiros e Processos Criativos” e participou como produtor musical e instrumentista da trilha sonora do filme “Rir Pra Não Chorar”, da cineasta brasileira Cibele Amaral. Apresentou-se também em festivais como o Alma Festiva (2022), Floripa Jazz (2022), Floripa Instrumental (2023), Santa Cruz Jazz’n’Blues Festival (2023), Harmonia Jazz Festival em Joinville (2023) e no Poa Jazz Festival (2023) em Porto Alegre. No Pianístico, toca ao lado de Alexandre Vicente ao contrabaixo e Victor Bub na bateria.
Marcelo Galter (Brasil). Inspirado pela cultura afrobaiana, traz para o Pianístico o repertório do álbum “Bacia do Cobre”, lançado em 2021 pela gravadora Rocinante. O álbum propõe situações musicais nas quais a interação do grupo sobre células rítmicas das matrizes africanas ou híbridas pode levar a música para caminhos inusitados, inclusive no campo da improvisação. Tem no seu som uma contemporaneidade inspirada em uma Bahia ancestral que convive com elementos da música universal. A formação também é marcante por substituir a bateria pelas percussões, subvertendo o consagrado formato “piano jazz trio”. No repertório, músicas autorais como “Cobra Coral” e “Galinha pulando”, além de uma releitura de “Temporal”, de Dorival Caymmi. Marcelo Galter será acompanhado por Luizinho do Jêje na percussão e Ldson Galter ao contrabaixo.
Fernanda Morello (Argentina). Pertence à tradição pianística de Buenos Aires e se destaca por seu perfil artístico. Trabalha com repertório solo e de música de câmara, apresentando-se na Argentina e em países como Uruguai, Espanha, Estados Unidos, Alemanha e Austrália. Com extensa discografia, é vencedora de inúmeros prêmios e referência no diálogo da música com outras artes. Foi diretora artística e pianista no Tributo a Erik Satie, que aconteceu no Teatro Colón por ocasião do 150º aniversário de seu nascimento. Como solista, toca com a Orquestra Filarmônica de Buenos Aires, a Orquestra Sinfônica Nacional e os grupos orquestrais mais importantes da Argentina, executando concertos de Dmitri Shostakovich, Sergei Prokofiev, Maurice Ravel, Robert Schumann, W. A. Mozart, Manuel de Falla, George Gershwin e Gabriel Fauré. Tem se sobressaído como professora e mentora de novas gerações de músicos, por seu trabalho nas cadeiras de piano e música de câmara no Conservatório Astor Piazzolla e na Universidade Nacional das Artes. No Pianístico, apresenta a obra “Once Mujeres”, resultado de um encontro singular: o encontro de uma pianista com o compositor, arranjador e violonista Guillo Espel a partir da realização de um disco para piano solo, sobre músicas de diferentes épocas e gêneros, ligados por um fator comum: mulheres chamadas por seu nome como título das obras.
Oscar Aldama (Paraguai). Tem formação erudita e popular e imprime, em cada obra autoral, uma amálgama de influências musicais, como laboratório de trabalhos de pesquisa dos ritmos latino-americanos, como chamamé, chacarera, polca paraguaia, samba, baião, candombe e festejo. Neste trabalho de pesquisa de linguagem e estética dos ritmos latino-americanos, destacam-se as gravações dos álbuns “Sonidos Del Sur”, do violonista paraguaio Pedro Martinez, “Quilombo”, do baixista cubano Aniel Someillan, e “Outra voz”, da cantora instrumental e compositora brasileira Ana Malta. Tem intensa atividade artística no piano latino-americano e na criação livre, inspirado pela escola universal de Hermeto Pascoal. O repertório é composto por músicas autorais e releituras de músicas de autores paraguaios. No Pianístico, atua ao lado de Oscar Aldama, a cantora Ana Malta.
Luiz Gustavo Zago (Brasil). Pianista, compositor e diretor musical, tem intensa participação em grandes espetáculos musicais sul-brasileiros, expandindo as fronteiras da música entre o clássico, a brasilidade e o jazz. Maestro fundador e diretor musical da Orquestra Brasileira, grupo orquestral nascido em 2022 composto de violão, cavaco, bandolim, flauta, acordeom, simbolizando a essência da formação da música brasileira, dedicando-se a interpretar de Heitor Villa-Lobos e Carlos Gomes a Tom Jobim e Hermeto Pascoal. Tem colaborações com artistas como Lenine, Ivan Lins, Toquinho e Zeca Baleiro, além de grupos no cenário brasileiro como Orquestra Sinfônica Brasileira, Camerata Florianópolis, Petrobras Sinfônica e Nova Orquestra (com a qual participou do Rock in Rio 2019), unindo delicadeza e dramaticidade clássicas à explosão rítmica presente no universo da música popular. Tiê Pereira (contrabaixo) e Richard Montano (bateria) estão ao lado de Zago, em seu trio.
Peter Donohue (Inglaterra). Estudou na Chetham’s School of Music, na Universidade de Leeds, no Royal Northern College of Music, e depois em Paris. Um dos principais pianistas da atualidade, pela sua musicalidade, versatilidade estilística e técnica dominante. Nas últimas temporadas, apresentou-se com a Orquestra Filarmônica de Dresden, Orquestra da BBC, Orquestra Filarmônica da Cidade do Cabo, Filarmônica de São Petersburgo, Orquestra Sinfônica do Estado da Bielorrússia e a Orquestra Sinfônica da Cidade de Birmingham. Realizou uma turnê pelo Reino Unido com a Orquestra Filarmônica Estatal Russa, além de concertos na América do Sul e da Europa, China, Hong Kong, Coreia do Sul, Rússia e EUA. Os discos mais recentes incluem seis volumes de Sonatas para Piano de Mozart. Tocou com as principais orquestras de Londres, bem como com a Royal Concertgebouw, Filarmônica de Munique, Rádio Sueca, Orquestra Filarmônica de Radio France, Sinfônica de Viena e Orquestras Filarmônicas Tchecas e com a Filarmônica de Berlim. A temporada 23/24 começou atuando como solista com a Orquestra Sinfônica de Londres e Simon Rattle com apresentações da Turangalîla-Symphonie de Messiaen em Londres, Edimburgo e Bucareste.
Clelia Iruzun (Brasil). Premiada em competições internacionais, trabalhou com virtuoses, incluindo Nelson Freire, Jacques Klein, Stephen Kovacevich e Fou Ts’Ong e Mercês de Silva Telles em Paris. Compositores brasileiros, incluindo Francisco Mignone, Arnaldo Rebello e Marlos Nobre, dedicaram obras a Clélia. Atuou como solista na Europa, Américas e Ásia, incluindo concertos em Xangai, Pequim, Gotemburgo, Estocolmo, Poznan, Praga, Atenas e Londres. Realiza turnês pelo Brasil, tocando nas Sala São Paulo, Sala Minas Gerais, Teatro Municipal do Rio de Janeiro e São Paulo. Sua discografia abrange os Concertos de Mendelssohn e o Concertino para Piano e Orquestra de Elizabeth Maconchy com a BBC Scottish Symphony Orchestra. Outros CDs incluem a música de piano de Marlos Nobre, Ernesto Nazareth, Federico Mompou, os Concertos para Piano e Orquestra de Francisco Mignone e Isaac Albéniz com a Royal Philharmonic Orchestra. Recentemente lançou um CD dedicado à música de Nimrod Borenstein, com o Concerto para piano, o Quinteto Light and Darkness, Suíte para piano Shirim e o terceiro volume da série Treasures from the New World (SOMM). Clelia traz ao Pianístico um recital inteiramente dedicado ao compositor alemão Robert Schumann, em homenagem aos 200 anos da imigração alemã no Brasil.
Heloísa Fernandes (Brasil). Tornou-se conhecida no Brasil e exterior consolidando sua carreira profissional pela via de pesquisas sobre cultura popular. Gravou seu primeiro trabalho autoral, “Fruto”, ao lado de mestres como Zeca Assumpção e Naná Vasconcelos. Para o álbum seguinte, “Candeias”, garimpou as melodias e ritmos documentados por Mário de Andrade e pesquisadores em 1936 e criou suas composições partindo desses referenciais. Durante turnê nos EUA, recebeu o convite de Thomas Zoells, diretor da Piano Forte Foundation em Chicago, para gravar um álbum solo. O trabalho, intitulado “Faces”, registra composições e improvisações que nasceram das impressões da artista sobre o universo feminino e a sua relação com a mitologia grega. Seu quarto álbum, “Inzu”, ao lado do saxofonista Mane Silveira, foi resultado de pesquisa e inspiração sobre a obra da escritora tutsi Scholastique Mukasonga, sobrevivente aos massacres em Ruanda ocorridos na década de 1990. A convite da Orquestra Sinfônica da USP, orquestrou e solou sua obra, que estreou em 2019. Integrou o projeto Ms Mozart, idealizado pela agência Almap BBDO, como pianista e autora da trilha instrumental, que recebeu premiação na D & AD em Londres em 2021, na categoria composição original. Heloísa realiza concertos no Brasil e exterior, entre eles, destacam-se os solos no Spoleto Jazz Festival e a turnê de piano solo nos EUA.
Zé Manoel (Brasil). Pianista, cantor e compositor, lança em 2024 o seu quinto álbum intitulado “Coral”. Em 2020, seu álbum “Do Meu Coração Nu” foi indicado ao Grammy Latino como Melhor Álbum de Música Brasileira, além de debutar em trilhas sonoras de novelas com a música “Não Negue Ternura” (Em parceria com Luedji Luna) no remake da novela “Pantanal” e figurar entre os principais lançamentos de música brasileira tanto no Brasil (Selo Jóia Moderna), quanto no Japão (Selo Core Port). Com cinco álbuns lançados, colaborações com artistas como Maria Bethânia, Adriana Calcanhoto, Ana Carolina, Fafá de Belém, Juçara Marçal, Amaro Freitas, dentre outros, o músico coleciona elogios da crítica e do público. Acompanhado pelos músicos Thiaguinho Silva (Bateria) e Felipe Salvego (Baixo), Zé Manoel traz em seu repertório canções do seu mais novo lançamento, além de canções dos seus últimos álbuns, como “Adupé Obaluaê”, “Delírio de um Romance a Céu Aberto” e “Canção e Silêncio”.
05ago
A primeira Big Band sub30 de Santa Catarina, com integrantes de até 29 anos de idade, prepara-se para entrar em cena. Na estreia do projeto, a partir de 31 de agosto, apresentações em cinco cidades: Araquari, Joinville, Guaramirim, São Bento do Sul e São Francisco do Sul. O acesso é gratuito – mas a organização vai recolher alimentos não-perecíveis para doação a entidades sociais dos municípios abrangidos. Nas semanas anteriores, o público terá a chance de conferir ensaios abertos da banda, no hall da Casa da Cultura de Joinville, dia 20, e no Shopping Mueller, dia 27, sempre a partir das 19h, com uma palhinha do que será o espetáculo que vem sendo montado desde o início do ano, quando se realizaram as provas práticas para selecionar os músicos participantes.
A Experimental Big Band nasce com 16 componentes, vindos de Joinville, Blumenau, Florianópolis, São José, Schroeder, Barra Velha e Camboriú: Alan Pedro Liba Fróes (sax barítono), Alexander França Silva (bateria), Ana Júlia de Lima (piano), Anthony Macêdo (sax tenor), Gabriel dos Santos (trompete), Gabriel Alves (trompete), Guilherme Espindola (guitarra), Jezriel de Souza (trompete), Juan Bastos (sax alto e flauta), Julio Leduc (sax alto), Leandro Guimarães (trombone tenor), Leonardo de Almeida (sax tenor), Luan Bastos (trompete), Maicon Machado (contrabaixo), Michele Schade (trombone tenor) e Yohan Prestes (trombone tenor). O time se completa com dois músicos convidados, para o trombone baixo: Luciano Victorino da Costa, de Blumenau, e Evandro Hasse, de Itajaí.
A seleção pela banca avaliadora convidada contemplou uma faixa etária diversificada – entre 18 e 29 anos –, somando músicos mais experientes com outros em busca de espaço profissional. Cláudio Moraes, regente e diretor artístico, revela que um dos eixos da iniciativa foi o de oferecer novas oportunidades para quem ainda está construindo sua carreira. “Muitos jovens talentosos, prontos para entrar no mercado, abandonam as aulas de música aos 17 ou 18 anos e vão trabalhar em fábricas por salário de estagiário. Por que não garantir uma remuneração adequada na área da música e permitir que eles continuem seus estudos?”
Calcado em um repertório jazzístico genuinamente brasileiro, de Pixinguinha a Hamilton de Holanda, de Noel Rosa a Hermeto Pascoal, o espetáculo reúne peças consagradas com arranjos contemporâneos e, também, composições inéditas dos próprios músicos. “O grupo está empolgado, e com uma enorme gana de tocar”, adianta o regente, lembrando que o formato de Big Band escolhido para o projeto remete ao jazz norte-americano dos anos 1920 a 1950, sendo reconhecido por grandes nomes como Duke Ellington, Benny Goodman e Frank Sinatra. No Brasil, destacam-se a histórica Orquestra Tabajara, de Severino Araújo, e as atuais SpokFrevo Orquestra e Soundscape Big Band.
Sobre o projeto
A Experimental Big Band é uma iniciativa da Sarau# Produções, por meio do Programa de Incentivo à Cultura (PIC) do Governo do Estado de Santa Catarina, com aprovação da Fundação Catarinense de Cultura. O projeto conta com o apoio do Campus Park Unisociesc, além do incentivo de importantes parceiros como Schulz Compressores, Ciser, Celesc e ICRH – o braço social do Grupo Tigre.
A palavra dos músicos
“Estou superfeliz em participar do projeto. Nunca havia tocado em uma formação como esta. Já no primeiro ensaio, tive uma resposta positiva e fui bem acolhida, com o regente me auxiliando em dificuldades técnicas. A linguagem da Big Band está ficando mais natural para mim, o que me deixa empolgada. O número de mulheres tocando trombone no Brasil é bem reduzido, então vejo que isso traz representatividade. Quando a gente toca um repertório mais desafiador, as meninas admiram bastante. E é um dos motivos pelos quais eu estudo, não desisto e sigo em frente.”
Michele Schade, trombonista
“Desde o processo seletivo, é uma experiência incrível. Para encarar a banca, tivemos que preparar repertório, estudar leitura, a linguagem que a gente vai trabalhar… Após o momento em que entrei na Big Band, senti que eu ‘tô podendo’. Também vou aproveitar a oportunidade como laboratório para meus arranjos, um assunto que estudo desde o final da minha graduação em música. Espero que o projeto vá cada vez mais aumentando em todos os fatores, ampliando as regiões em que atua.”
Guilherme Espindola, guitarrista
“Soube do projeto por colegas de Florianópolis, onde vivo. Não existe algo assim aqui na região. É uma oportunidade de tocar um repertório em torno do qual a gente não tem tanta prática no dia a dia. Vamos tocar até uma composição minha, Mi-Longa. Foi muito bom esse espaço aberto para compositores e arranjadores, deixar a gente construir o repertório. Esses movimentos só agregam a mais a minha vontade de participar do ano que vem, à medida que o projeto tenha continuidade.”
Gabriel Alves, trompetista
Programação de shows
31 de agosto, 16h, Auditório do IFC, Araquari
1º de setembro 10h30, Feirinha do MAJ, Joinville
14 de setembro, 16h, Auditório do Cedup Prefeito Manoel Aguiar, Guaramirim
28 de setembro, 19h, Centro Cultural Dr. Genésio Turek, São Bento do Sul
29 de setembro, 16h, Cine Teatro X de Novembro, São Francisco do Sul
26jul
O Dia Mundial da Alergia, 8 de julho, foi criado pela Organização Mundial da Saúde para chamar a atenção sobre os diversos tipos de alergia e também as formas de prevenção e tratamentos. O médico Marcus Teodoro, pneumologista do corpo clínico do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC), explica melhor o que são e como tratá-las.
O QUE É ALERGIA
As alergias são reações desproporcionais do sistema imune a agentes desencadeantes específicos, sejam químicos ou físicos. Elas podem se manifestar de maneiras distintas em diferentes sistemas orgânicos e no curso da vida, na maior parte das vezes desencadeadas pela associação de fatores genéticos e ambientais.
FATORES QUE PODEM DESENCADEAR
Predisposição genética com caráter hereditário, após fatores desencadeantes como infecções virais, exposição repetitiva a irritantes químicos e a antígenos orgânicos por via alimentar, por contato com a pele ou inalação, pode gerar um processo de resposta exagerada do sistema imunológico que provocam respostas desproporcionais de inflamação, geralmente caracterizadas por inchaço, vermelhidão e coceira da pele e mucosas, podendo gerar, no pior dos casos, inchaço da garganta e até morte por asfixia.
TIPOS
As alergias respiratórias tendem a se manifestar na via aérea superior, caso da rinite alérgica, por exemplo, que tem sintomas como coceira no nariz, coriza hialina, obstrução nasal, espirros em salvas, vermelhidão e coceira ocular, além de tosse seca persistente. No pulmão, sintomas de falta de ar, tosse com ou sem secreção, chiado no peito são sintomas típicos da asma, acometendo aproximadamente 25% da população brasileira e sendo causa de 250 mil mortes ao ano no mundo.
O QUE FAZER
Evitar o desenvolvimento de alergias pode ser difícil. Mas deve começar na introdução alimentar nos períodos adequados, evitando-se exposição precoce, conforme orientação do pediatra, e priorizando o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade. Na parte respiratória, o uso de capa antialérgica em colchão e travesseiro são a maneira efetiva de evitar a exposição aos ácaros. Cuidados como manutenção preventiva do ar-condicionado, eliminação de focos de poeira como tapetes e cortinas, além de poeira oculta sobre os armários e sob as camas e evitar o fumo também ajudam.
COMO TRATAR
O tratamento das alergias alimentares e de contato consistem em identificar e afastar os fatores desencadeantes, mas é importante evitar generalizações. As terapias de dessensibilização podem ser consideradas em algumas alergias como rinites, dermatites e alergias medicamentosas onde alguma medicação seja indispensável ao tratamento de patologia coincidente. O uso de medicações como corticosteróides, anti-histamínicos, anti-leucotrienos ou adrenalina pode ser necessário. Hoje contamos também com medicações imunobiológicas injetáveis que bloqueiam de maneira potente as vias inflamatórias e podem ser utilizados em casos mais graves ou refratários.
ASMA
Na asma, o uso de inalatórios é, muitas vezes, fundamental para o bom controle da doença, devendo ser ajustada por consulta com médico e espirometria a cada 6-12 meses. É importante evitar mitos a respeito das bombinhas como o de que causam vício, que não tratam a doença, mas apenas os sintomas, de que pode causar arritmia ou problemas do coração… Múltiplos estudos já comprovaram a eficácia e segurança destas medicações, inclusive em pacientes com problemas cardíacos. Tremor fino inicial e sensação de palpitação são sintomas que podem aparecer com o uso dessas medicações, porém costumam ser leves, transitórios e melhorar com redução da dose e com o tempo de uso, não sendo na maior parte das vezes, limitantes da sua utilização.
VÁ AO MÉDICO
Em caso de quaisquer destes sintomas é importante conversar com o médico para, juntos, estabelecerem o melhor plano diagnóstico e terapêutico. Hoje em dia, não se admite mais a persistência dos sintomas já que existe extenso arsenal diagnóstico e terapêutico para prevenção e tratamento das alergias.