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29out

Como funciona a comunicação na Câmara de Vereadores

[Relato do estudante Juliano Reinert, sobre a estrutura de comunicação da Câmara de Vereadores de Joinville, feito para a disciplina de Assessoria de Comunicação do Ielusc.]

A comunicação social na Câmara de Vereadores de Joinville tem status de diretoria, com responsabilidade de levar à comunidade joinvilense informações sobre atos do Poder Legislativo (reuniões de comissões, sessões ordinárias, homenagens etc..). O diretor de comunicação social é Antônio Viana Neves. Há, ainda, um assessor especial (Luiz Veríssimo), um jornalista (Felipe Faria), uma estagiária de jornalismo (Gisele Silveira), uma assistente de comunicação (Zilda Cidral, que cuida do administrativo da diretoria) e dois fotógrafos terceirizados (Nilson Bastian e Sabrina Seibel). Ainda não há um plano de comunicação interna. O projeto está sendo elaborado e deve ser posto em prática a partir do ano que vem. Entre outros planos, está a formação de um comitê de crise. Por enquanto, esses assuntos são tratados por meio de notas oficiais.

Como a Câmara trata de assuntos de interesse do município, cujas atribuições se encontram no site da casa, é empregada uma linguagem acessível nos seus materiais de comunicação.

Para a imprensa, as demandas são atendidas por telefone. A partir do novo site, que está para ser licitado, haverá uma Sala de Imprensa e os atendimentos somente serão realizados por meio dela, em um sistema de tickets, para que haja controle das demandas e um melhor atendimento aos jornalistas e demais profissionais de imprensa. Os assessores de imprensa dos vereadores também geram conteúdo para a comunicação da casa, embora nem todos os vereadores tenham assessores próprios. Essas informações contêm, basicamente, materiais sobre os trabalhos dos seus assessorados para publicação no site da Câmara.

A publicidade é uma forma de comunicação utilizada com pouca frequência. Quando ocorrem, são anúncios institucionais, de prestação de contas ou de informação de trabalhos realizados, como manda a lei. A agência de publicidade define onde há publicação ou veiculação desses anúncios.

13out

Prêmio movimenta o setor literário de Joinville

(Ana foi participar de uma aula de Redação Jornalística no Ielusc. Falou sobre o prêmio literário. Aqui, um dos textos produzidos pelos alunos a partir da conversa.)


Hassan Farias

Ivan Lemke, Melanie Peter, Clotilde Zingali, Robson Passos e Daniele Silveira. Nomes aparentemente desconhecidos, mas com algo em comum: todos foram vencedores do Prêmio Joinville de Expressão Literária. Iniciado em 2004, o concurso tem o intuito de garimpar novos talentos e valorizar os escritores joinvilenses. O prêmio, que impulsiona a produção literária da cidade, chega à 7ª edição e está aberto a contos, crônicas e poesias de autores de Joinville e região. As inscrições vão até 29 de outubro.

Promovido pela agência Mercado de Comunicação em parceria com a Univille, o evento foi idealizado pela jornalista e cronista Ana Ribas Diefenthaeler. Ela diz que sempre teve “uma relação visceral com a literatura” e se diz muito orgulhosa ao constatar que sua iniciativa contribuiu para o surgimento de muitos nomes na literatura joinvilense. Ana conta que pessoas que se inscreveram no concurso sem maiores pretensões “acabaram se descobrindo na literatura”. Clotilde Zingali é um exemplo. A escritora paulista, que já lançou três livros, concorreu em 2005, quando ganhou o 1º lugar na categoria poesias com “Anamnese”. Na terceira edição, em 2006, recebeu menção honrosa na categoria contos.

A coordenadora entende que a dificuldade de motivar mais escritores e grandes nomes surge de um problema histórico do Brasil. A população não lê e, consequentemente, não escreve. Para ela, Joinville passou por mudanças significativas em seu próprio perfil e vem aumentando aos poucos a oferta de opções culturais, mas a dificuldade em encontrar patrocínio ainda é grande. As empresas que apoiam esse tipo de projeto podem, em alguns casos, abater o investimento em impostos, mas, na opinião da jornalista, em Joinville elas continuam visando unicamente ao lucro. Porém, Ana defende que os artistas não podem depender apenas de empresas. “A classe artística não pode se acomodar e tem que encontrar outras formas de arrecadar dinheiro”, defende.

Além de revelar novos nomes e premiar os melhores textos, o concurso também prevê o lançamento de um livro a cada dois anos com os melhores trabalhos. No ano passado, houve o recorde de participações, com cerca de 400 textos inscritos. A meta para este ano é de 300 trabalhos, o que corresponde à média anual. Até 2008, o prêmio contava também com a categoria escolar, mas, com a perda de patrocínio, ela foi extinta. Neste ano, o limite de idade caiu de 16 para 12 anos, justamente para contemplar esses autores prejudicados com a saída da categoria. Qualquer pessoa de Joinville e região pode participar. O primeiro colocado receberá R$ 1.100, o segundo, R$ 550, e o terceiro, R$ 330. Além disso, serão entregues menções honrosas aos trabalhos que se destacarem em todas as categorias.

Para participar, serão aceitos no máximo três trabalhos por pessoa. Os textos devem ser entregues na Univille ou na Mercado de Comunicação, rua Uruguai, 253, no bairro Floresta, em envelopes fechados. Inscrições por e-mail não serão aceitas.

08out

Quando a comunicação se torna estratégia do outro lado

Reflexões produzidas para a disciplina de Assessoria de Comunicação, no Ielusc, pela acadêmica Jaqueline Mello.

Médicos têm fama de desejar ser Deus, jornalistas constroem a fama de ser Jesus Cristo. Alguns dizem ser martirizados, sofrer com a profissão, ter que adivinhar futuras armações contra seu trabalho ou boicotes às suas matérias. Dizem que passam horas nas ruas correndo atrás de informação, conversando com as fontes e, algumas vezes, tentando convencê-las a dizer algo que não querem, ou a liberar uma informação que gostariam de conter. Mas o pedantismo está em todas as profissões e o deixaremos de lado porque o que nos interessa nesse momento é discutir a relação dos jornalistas com as fontes.

Nilson Lage, professor de jornalismo na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), diz que as fontes de informação são treinadas para desempenhar seu papel. Outrora, os jornalistas ouviam funcionários públicos, diretores de empresas, gerentes ou qualquer pessoa que pudesse falar sobre eventos de interesse público. As reportagens eram feitas consultando fontes não institucionais. Os jornalistas tentavam reconstituir a realidade a partir de testemunhos pessoais. Com o tempo, os contatos com instituições passaram a ser feitos por via institucional, muitas vezes por meio de assessores de imprensa.

Mas a desconfiança começava a surgir sobre a veracidade das informações ou liberação destas para sociedade. Lage diz que o incremento das assessorias despertou o receio de que isso pudesse limitar o movimento dos jornalistas e os submeter a uma espécie de censura da informação na origem. Ao contrário, foi o que contribuiu para a profissionalização das fontes. Surgiu a necessidade de treinar as pessoas que seriam responsáveis em transmitir informações sobre empresas e demais instituições. Para, assim, fortalecer a comunicação institucional e evitar futuros problemas causados por uma informação que não deveria ser fornecida, que somente pertencesse à empresa ou que pudesse causar “caos” na sociedade.

As fontes profissionalizadas normalmente liberam apenas a informação que sabem poder liberar. Comunicam à imprensa apenas o que o assessor de imprensa as aconselhou a contar. Claro que, uma vez ou outra, podem deixar escapar alguma informação que seria apenas de interesse da empresa. Nesse momento, cabe ao jornalista balancear essa informação e ver se realmente tem importância social e o que poderia causar à sociedade se fosse publicada. Quando isso ocorre, é a vez do jornalista usar a ética.

O assessor de imprensa também tem o dever de se manter dentro dos padrões éticos do jornalismo, porque ele é também um jornalista, e assim deve primar pela veracidade das informações, a independência, a objetividade e a prestação de serviços. Citado em “As teorias e as fontes”, Adelmo Genro Filho comenta o surgimento das teorias do jornalismo, trazendo Pierre Bourdieu (1997) para a discussão e a articulação com os campos políticos e social que estavam sujeitos às relações comerciais, ações jornalísticas, pressões dos públicos e mesmo aos interesses políticos, sociais ou culturais. Assim, nascem as teorias do agendamento, da produção e da seleção de notícias e, a partir desse momento, as fontes começam a receber treinamentos para interferir no jornalismo, estando cientes do que seria noticiabilidade, questões éticas ou relacionamento com o público.

A fonte que recebe treinamento consegue se comunicar bem com o jornalista, tem desenvoltura e geralmente responde objetivamente ao que o jornalista pergunta, facilitando o trabalho e agilizando o processo de produção das matérias. Quando o jornalista precisa de uma fonte especializada, ele já sabe a quem recorrer, vai geralmente a uma fonte treinada, uma fonte capacitada. Porém, esse treinamento pode dificultar também o acesso do profissional a informações importantes.

O conhecimento da fonte pode bloquear determinadas informações que seriam de interesse público ou a fonte com conhecimento sobre as questões de noticiabilidade, objetividade e interesse público pode usar o jornalista a seu favor para a divulgação de algo de seu interesse e não necessariamente de interesse público.

Em “Jornalismo na Fonte”, Carlos Chaparro fala sobre a necessidade de se organizar e qualificar as fontes. Ele diz: “Um bom assessor de imprensa tem sempre atrás de si, na instituição, um elenco de fontes qualificadas”. Como fontes qualificadas, Chaparro classifica os executivos e especialistas em determinados assuntos. Chaparro acredita que o ideal é manter essas fontes que podem facilitar o trabalho do jornalista, pois, em uma emergência, ele saberá a quem recorrer. Para ele, essa organização não surge de um dia para outro, é preciso que o jornalista mantenha contato com a fonte e que essa esteja disponível quando necessário. Chaparro é a favor do treinamento das fontes para que facilite o trabalho da imprensa.

O jornalista Aldo Schmitz sugere uma divisão das fontes para sua melhor compreensão. Ele as classifica como primárias e secundárias. E as subdivide em oficial, empresarial, institucional, individual, testemunhal, especializada e referencial (documentos). Comenta também que as fontes são proativas, que participam da informação, sugerindo pautas, por exemplo; ativas; que interagem com o jornalista; passivas, que respondem ao que foi perguntado, sem interferir diretamente; e relativa, que não querem se envolver. Também podem ser identificadas ou anônimas. Confiáveis, fidedignas ou duvidosas.

A questão é: a fonte treinada pode tanto auxiliar no trabalho jornalístico quanto torná-lo cômodo, ou a favor da fonte. Caberá ao jornalista perceber quando a comunicação se torna estratégia do outro lado, ou seja, uma estratégia da fonte.

31ago

O cidadão que tem voz e vez

[Retomando a publicação de reflexões elaboradas por estudantes de Jornalismo do Ielusc, vai a da Priscila Farias Carvalho, a partir do conteúdo do artigo "O Cidadão em primeiro Lugar", que abre o livro de Francisco Viana, "De Cara com a Mídia"]

O autor Francisco Viana faz um recorte do contexto em que se estruturou a Assessoria de Comunicação no Brasil para analisar o cenário atual no país. Segundo Viana, por volta da década de 1930, ocorreu a multiplicação das empresas industriais e de serviços, que mantinham posições ideológicas voltadas para o comunismo ou para o capitalismo. Não havia preocupação com a opinião pública naquele instante.

Porém, a partir do século 21, o cidadão passa a ter voz e poderes sobre o mercado. Aos poucos, a oferta de produtos e serviços cresce. E, com tanta variedade, a intensa concorrência foi inevitável. Ao mesmo tempo, a legislação que protege o consumidor evoluiu, mas não alterou a falta de interesse das empresas com o cidadão.

Nos tempos atuais, para que “sobreviva” no mercado, uma empresa precisa dialogar com a sociedade. E o elo para essa trama é a comunicação. É um imperativo ter uma estrutura de comunicação funcional e ativa, que mantenha a coerência entre cidadão, mercado e sociedade.

Para Viana, uma Assessoria de Comunicação precisa de uma estratégia de ação focada na dinâmica do mundo atual. O fluxo de informações tornou-se maior e mais ágil em detrimento da evolução tecnológica. Com isso, a sociedade deixou de ser apenas uma espectadora para tornar-se participante e, consequentemente, cada vez mais criteriosa.

Hoje, o consumidor opina, influi e decide. As empresas e consultorias de comunicação terão que se adaptar a essa nova realidade. É fundamental que a Assessoria tenha uma visão ampla sobre si, seus concorrentes e o contexto em que atua, para traçar uma estratégia de ação e consolidar o assessorado no mercado. Nesse sentido, um bom Plano de Comunicação desperta mais interesse do público-alvo, que se torna cativo pelo gosto.

Credibilidade é um fator imprescindível para a boa comunicação. Mas não é só ela que garante o sucesso de um Plano de Comunicação. Por exemplo, não adianta enviar uma montanha de releases para o mesmo mailing. Só vai acumular nas caixas de entrada de endereços eletrônicos. Selecionar para quem e o que enviar é uma boa estratégia. Quando um recurso como esse é mal utilizado, coloca em risco a credibilidade, entendida aqui como a base que sustenta a imagem e a reputação da empresa.

Entretanto, é importante ressaltar que uma boa comunicação institucional deve ser muito forte com seu público interno, para sempre ter o que comunicar. Se o relacionamento com os colaboradores não for bom, tampouco será com o público externo. É um dos muitos fios que compõem a trama da comunicação institucional, que se torna independente se o todo estiver em harmonia.

03ago

De volta aos projetos

Recomeçamos a disciplina de Assessoria de Comunicação no Ielusc. Momento de definir o foco dos projetos que serão desenvolvidos ao longo do semestre, estudar a realidade das empresas “clientes”, mergulhar em universos novos para os acadêmicos e, aos poucos, compreender a relevância da comunicação como instrumento que promove relacionamentos. Entre os temas já definidos, estabelecimentos de comércio, um grupo de teatro, uma igreja e uma entidade desportiva. Afinal, todas precisam se comunicar…