Arquivo da Categoria O papel do assessor
14mar
Texto: Gustavo Wrobel
Fonte: Aberje
O mundo da comunicação e das relações públicas está vivendo, em muitos aspectos, uma idade de ouro, a partir das contínuas inovações tecnológicas que influenciam os hábitos da opinião pública e, consequentemente, a prática dessas profissões. Há apenas dez anos, nossas práticas habituais eram muito mais simples, conhecidas e rotineiras. O tema está se tornando cada dia mais complicado, mas também muito mais emocionante e divertido.
Vamos fazer uma rápida revisão, para nos permitir compreender a situação. No começo do século 21, a internet deu um salto qualitativo gigante, ao passar de sua forma tradicional à nova internet 2.0, que permite uma inter-relação muito superior com os leitores. Como consequência, surgem os blogs, redes sociais, comentários de leitores etc. Paralelamente, explode o fenômeno dos smartphones, tablets e notebooks. O consumo de internet, tanto para ler, quanto para agregar informações, transforma-se em móvel. Os usuários migraram de “leitores de papel” para “leitores de telas” e começaram a ver notícias onde quer que estejam. A circulação de dados e informações na internet cresce de modo exponencial, alcançando limites inéditos.

Os profissionais de comunicação, por sua vez, viram-se obrigados a enfrentar o desafio de se adaptar às novas tecnologias, compreendê-las e aprender a usá-las. Trata-se de uma questão de sobrevivência como profissionais. Quando tudo parecia estar novamente sob controle, surge, entretanto, uma nova pergunta: se os usuários estão lendo cada vez mais na internet, que por sua vez aumenta sem parar a quantidade de informações disponíveis, como fazer para chamar a atenção do meu público? A resposta, nesse contexto, é evidente: com a criação de conteúdo estratégico.
Nos últimos dois anos, esse é o tema da moda entre os profissionais de comunicação e de relações públicas dos países desenvolvidos. Diante de um mundo saturado de informações, a criação de conteúdo estratégico se torna o caminho natural para as organizações que desejam afetar proativamente, de maneira positiva, seus públicos. Nos países anglo-saxões, já existem buscas profissionais para gerentes de comunicação e conteúdo – uma completa redefinição da profissão.
Vamos definir, então, o que é, para que serve e o que caracteriza a criação de conteúdo estratégico. No mundo atual, os profissionais de comunicação são, mais do que nunca, “contadores de histórias” (storytellers, em inglês). Em um contexto saturado de informações, criamos histórias que interessam aos meios de comunicação e que, além disso, podem ser publicadas em redes sociais e em blogs. Essas histórias devem ser interessantes para nosso público e, eventualmente, estar em formatos que chamem sua atenção e o convidem à leitura. Dessa forma, ganharemos uns minutos de seu tempo, ante uma enorme quantidade de informações com que competimos. Se chamarmos a atenção do público, que nos dedicou alguns minutos para ler nossa história, já teremos alcançado um importante resultado. Se, além disso, a história o seduziu, gerou uma percepção favorável sobre nossa empresa ou marca e, eventualmente, originar um desejo de compra, já podemos nos dar por satisfeitos, pois alcançamos 100% do objetivo.
O conteúdo é realmente estratégico, se cumprir uma série de objetivos. Em primeiro lugar, está claro que o objetivo perseguido é em termos de reputação ou de negócios. Todo conteúdo tem um fim persuasivo: tenta gerar um impacto positivo em nosso público. Mas esses objetivos, no entanto, nem sempre são fáceis de medir. No entanto, uma possibilidade que está ao nosso alcance é que o artigo conduza o leitor a um conteúdo mais especializado, um vídeo ou então leve a outras páginas de nossa empresa, para aprofundar seu interesse e gerar um compromisso maior.
Para chegar a esse ponto, contudo, é necessário realizar um processo que inclui: 1) chamar a atenção do nosso público; 2) atrair seu interesse para o tema; e 3) fazer com que se comprometa a pesquisar mais informações.
Para chamar a atenção do público, é necessário recorrer a recursos que nos diferenciem da imensidão de informações que circula atualmente. Se falarmos de um anúncio na imprensa ou de uma publicação em um blog, o título deve ser original e chamativo. Também podemos recorrer a imagens diferentes das quais o público está acostumado a ver. Fotos, vídeos, infográficos e quadrinhos são algumas das possibilidades às quais nos referimos.
Uma das características da internet é que os leitores só leem fragmentos de notícias. Portanto, devemos fazer o necessário para que o tema lhes interesse até o ponto de continuar lendo as informações. Como isso é possível? O conteúdo deve estar entre os interesses do público, tanto na escolha do tema quanto em seu enfoque. Por exemplo, a maioria dos compradores de tecnologia das empresas não está, a priori, interessada nas tecnologias que seus fornecedores querem vender a eles. Por outro lado, esses compradores estão muito interessados em soluções para seus próprios problemas. Se um conteúdo oferecer justamente isso, chamará a atenção desse leitor. Como exemplo concreto, os casos de sucesso bem realizados, depoimentos, webinars e outros recursos.
Ao chegar a esse ponto, é bem possível convencê-lo a buscar mais informações. A empresa deve facilitar esse processo, agregar links para outros sites em que ele possa encontrar informações mais precisas, como white papers, guias técnicos, demonstrações e, claro, a possibilidade de entrar em contato com os funcionários da empresa.
Em síntese, a internet gera o desafio de contar com uma estratégia de conteúdo ativa e constante. Mas isso significa, como dizem alguns colegas nos países desenvolvidos, que está nascendo uma nova disciplina, a de Comunicação, Relações Públicas e Marketing? Talvez seja cedo para ter uma opinião conclusiva. O que está claro é que se trata de uma ferramenta estratégica, da qual as organizações que praticam comunicações modernas não poderão prescindir.
21fev
Texto: Ana Borges
Fonte: Comunique-se Digital

Qual assessor de imprensa nunca passou uma noite em claro ou sonhou que a entrevista coletiva de seu cliente estaria esvaziada?
Até pouco tempo, a presença em eventos assim era obrigatória para todos os profissionais de imprensa, mas esta postura mudou e convencer os jornalistas a irem a coletivas presenciais está cada vez mais complicado.
Se o anúncio não for “bombástico”, a tarefa torna-se mais desafiadora ainda.
Segundo pesquisa feita pelo portal Comunique-se em parceria com a Deloitte, os jornalistas recebem, em média, 15 convites para coletivas de imprensa por mês, mas comparecem em apenas quatro. As mudanças ocorridas nas redações e a tecnologia, que tornou o acesso à informação cada vez mais rápido, fizeram com que as coletivas de imprensa presenciais perdessem o glamour de outrora.
São dois problemas principais:
1 – Fazer com que o jornalista saia da redação;
2 – Os profissionais preferem a entrevista exclusiva.
Assim, para o pesadelo do assessor de imprensa, o que já era difícil, se complicou ainda mais. Não há presença garantida. As redações encolheram e tirar o jornalista de seu ambiente de trabalho é um transtorno.
Muitos chegam a afirmar que, diante deste cenário, as coletivas de imprensa presenciais estão fadadas a morrer. Esta, entretanto, não é a realidade.
Sim! Ainda há espaço para estes eventos.
As coletivas podem ser um bom veículo para a divulgação das novidades de seu cliente: os jornalistas de veículos online e as grandes agências de notícia não dispensam esse tipo de evento.
Além disso, há algumas formas de facilitar a participação dos jornalistas. Veja cinco dicas para o sucesso da sua coletiva:
1 – Evite horários “inconvenientes”: nunca marque uma coletiva no final da tarde, hora em que as redações estão concentradas no fechamento.
2 – Busque unir a coletiva de imprensa presencial com a tecnologia da coletiva online para facilitar a presença daqueles jornalistas que não podem se deslocar até o local do evento.
3 – Não marque uma coletiva sobre assuntos triviais. Tenha sempre uma boa chamada para atrair os profissionais.
4 – Evite eventos longos. Lembre-se que o tempo do jornalista é precioso.
5 – Busque fazer com que os porta-vozes da empresa cliente consigam atender alguns profissionais individualmente para sanar dúvidas.
Lembre-se: o mais importante da coletiva de imprensa é o estreitamento do relacionamento entre os profissionais das redações, os assessores de imprensa e os porta-vozes das empresas.
Durante o evento, você pode fazer contato direto com os jornalistas que cobrem o setor em que seu cliente está inserido. Deste relacionamento mais pessoal, podem sair outras pautas exclusivas.
Tão importante quanto a pauta da coletiva é o contato feito!
15fev
Fonte: Anuário Brasileiro da Comunicação Corporativa 2012, p. 86
Um dos paradigmas da nova comunicação corporativa é a relação das empresas com as redes sociais. Informações potencialmente boas ou ruins para as empresas podem a qualquer momento ganhar corpo a partir de um simples post. Tal qual um rastinho de pólvora, verdades, boatos e mentiras se alastram em uma velocidade alucinante. Não poderia ser diferente em uma época em que 80 milhões de brasileiros são usuários da internet – sendo que 80% desse público está nas redes sociais. Grandes empresas e órgãos do governo logo perceberam que os consumidores estavam usando ferramentas como o facebook, twitter e youtube para reclamar contra produtos e serviços.
Se há dez anos as empresas faziam encontros com jornalistas, hoje também fazem com blogueiros e formadores de opinião online: parte presencial, parte virtual, totalmente dinâmico e interativo. (…)
Em casos de gestão de crise, pro exemplo, e importante transmitir mensagens sem intermediários para que elas sejam efetivamente compreendidas. Isso é chave em uma crise. No monitoramento das redes sociais temos como identificar focos de boataria e agir rapidamente para impedir que prevaleçam opiniões com graus de deturpação.

07nov
*Conteúdo publicado no site Comunique-se (www.comuniquese.com.br).
Texto de Anderson Scardoelli
A Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro (Arfoc-RJ) afirma não responder apenas pelos interesses das pessoas que controlam as câmeras e as máquinas fotográficas de uma matéria. A instituição defende que o assessor de imprensa não pode ser considerado “jornalista de segunda classe”, merecendo ter a mesma base salarial do funcionário de redação. Atualmente, isto não ocorre na capital fluminense.
Na cidade do Rio de Janeiro, os jornalistas de redação têm como parâmetro o chamado Salário Mínimo Profissional – R$ 4.359 para 5 horas de trabalho e R$ 6.975 para sete horas. Para os jornalistas que atuam no setor de comunicação corporativa existe o piso, atualmente de R$ 2.469; além do piso diferencial de R$ 1.200, válido para quem se formou no decorrer dos últimos três anos.
A composição dos salários nas assessorias e demais empresas de comunicação corporativa do município provoca a indignação do presidente da Arfoc, Alberto Elias Guimarães Jacob. “É um absurdo o que estão fazendo. Você desmerece todos os profissionais que trabalham nas agências de mídia corporativa. Esse ‘subpiso’, por exemplo, só desmerece quem fez faculdade, pois quem não é formado, não entra nessa cota e ganha o piso logo de início”.
Risco de falência
Contrapondo-se a ideia de ser absurda a situação dos assessores de imprensa carioca, a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ), Suzana Tavares Blass, afirma que o ideal seria que todos os jornalistas, corporativos ou de redação, ganhassem melhor. Porém, ela avalia que, na prática, elevar o piso do assessor para o valor proposto pela Arfoc pode ter efeito negativo: fechamento de empresas da área. “Muitas devem quebrar. Seria péssimo”, salienta.
Jacob, entretanto, enfatiza que a intenção da entidade que comanda é valorizar o trabalho de quem está inserido no mercado corporativo carioca. Apesar da proposta de aumento ser de quase R$ 2.500, ele declara que as empresas de assessoria e comunicação interna não vão sofrer problemas, por terem, segundo analisa, o apoio de grandes instituições.
Suzana também afirma que a intenção do sindicato é valorizar os assessores de imprensa, tanto que pretende extinguir o salário diferencial para os formados entre os últimos três anos. A situação atual é alvo das criticas de Jacob, que também é secretário-geral do SJPMRJ. “Desde a última reunião a gente queria acabar com o salário diferencial para os jovens profissionais. Até porque acreditamos que com a existência dele, muitas empresas dispensam os jornalistas quando completam três anos”, comenta a dirigente.
Responsável pelo sindicato dos jornalistas da capital fluminense, Suzana opina que o presidente da Arfoc procura apenas melhor a situação dos repórteres fotográficos, que serão melhores remunerados pelos freelas que prestam para as assessorias. Jacob não nega essa intenção. “A mídia corporativa é o filé mignon para a nossa classe. Espero que eles tenham sucesso e cresçam ainda mais”, conta o jornalista.
Assembleia
No dia 19 de novembro, (sábado), será realizada a Assembleia de Assessores de Imprensa, na sede do SJPMRJ. A intenção, tanto para Jacob quanto para Suzana, será discutir e resolver melhorias salariais para os profissionais da área.
19out
Artigo publicado em 19/10/2011 no portal Noticenter
Por Marília Cardoso – Jornalista, especialista em Comunicação Empresarial
Um dos maiores equívocos cometidos pelos pequenos e médios empresários é o de achar que comunicação é algo apenas para grandes empresas. Ledo engano. Ter uma sólida estrutura de comunicação empresarial é algo tão vital quanto a qualidade dos produtos ou serviços que a empresa oferece.
São muitos os motivos pelos quais a comunicação tem se tornado tão estratégica e fundamental para as empresas. Talvez os mais significantes sejam a revolução causada pelos avanços em tecnologia e em telecomunicações.
Primeiramente, a disseminação da tecnologia tem feito com que produtos e serviços tenham se tornado praticamente commodities. Ter maquinários de última geração capazes de criar produtos inovadores e que não sejam facilmente copiáveis deixou de ser uma exclusividade das grandes corporações. Eis uma das vertentes da globalização.
Paralelamente, as transformações originadas pela internet fizeram com que o poder mudasse de lado. Se antes estava com as empresas, agora está com o consumidor, que em questão de alguns cliques consegue compartilhar suas experiências positivas ou negativas com as marcas para milhões de usuários da rede em todas as partes do mundo.
Então, como sobreviver neste cenário? Investindo em comunicação empresarial! Não há outra saída. As chamadas empresas low profile – ou adeptas da política do “nada a declarar” –, se ainda não morreram, devem estar agonizando. Na era da informação não haverá espaços para quem não estiver disposto a ser comunicar (e muito bem).
Assim, jornalistas, relações públicas e demais profissionais de comunicação estão cativando uma cadeira ao lado dos CEOs, ajudando-os a enxergar e agir neste novo contexto, onde o que vale não é a qualidade ou o preço, e sim a credibilidade conquistada por meio de um relacionamento sólido e transparente.
Cabe a estes profissionais desenvolver um complexo conjunto de ações e processos capazes de reforçar a imagem de uma empresa ou entidade diante de seus públicos, indo de colaboradores a clientes, passando por fornecedores, representantes comerciais, imprensa, associações, ONGs, formadores de opinião, órgãos governamentais, universidades, acionistas.
Por tratar-se de tantos e tão diversos públicos, a comunicação empresarial vai se desdobrando em “sub” áreas, a fim de se focar estrategicamente nas melhores práticas para o diálogo com cada um dos interlocutores de uma organização. A importância dada a cada público depende do ponto de vista de cada uma.
Independentemente do tamanho da empresa, o primordial é cuidar do público interno. Se os colaboradores da companhia não se sentem motivados e valorizados, certamente apresentarão pouco rendimento e estarão atentos às oportunidades que surgirem no mercado. Para garantir um clima organizacional favorável, a comunicação interna ou o endomarketing assumem características fundamentais.
Também não se pode esquecer a importância de um projeto de branding. Toda empresa deve ter um nome, logomarca, materiais institucionais, catálogos de produtos ou serviços e, logicamente, um bom site, que deve ser de fácil navegação, bonito e informativo.
Com a “casa” em ordem é hora de começar a se posicionar perante os meios de comunicação em massa – seja para lançar campanhas publicitárias ou fornecer conteúdos relevantes para o editorial dos veículos por meio de uma boa assessoria de imprensa. Mesmo com linguagens e estratégias bastante diferentes, ambas terão como missão central o aumento da visibilidade da marca.
Dados estes três importantes passos, cabe a cada empresa definir que caminho seguir. As ferramentas são muitas e variadas, cabe apenas saber onde se quer chegar – pois para quem não sabe isso exatamente, qualquer lugar serve. E lembre-se sempre que esta é uma estrada sem volta. Percorrê-la é essencial para o bom desempenho de sua empresa. Boa caminhada!