Arquivo da Categoria O papel do assessor
26set
[Investimento firme e sistemático em comunicação garante resultados de toda a ordem para as empresas, com impacto considerável na qualidade da gestão. Vale observar relato publicado pelo Comunique-se sobre como esse tipo de investimento contribuiu para que a Volvo fosse alçada ao topo no ranking da Você S.A., das melhores empresas para se trabalhar no Brasil.]
Pioneirismo e agilidade. Esses são pontos essenciais na comunicação da Volvo, que ajudaram a empresa a ficar no topo do ranking Você S/A – Exame 2011, como a melhor empresa para trabalhar no Brasil. O prêmio reconhece 150 companhias, com base nas respostas dos funcionários, que avaliam o clima organizacional, gestão e carreira de suas empregadoras.
Com seis veículos de comunicação interna, a Volvo diz ter sido uma das primeiras empresas do País a ter uma revista interna, a O Viking, criada em 1978. O nome Viking é inspirado no país de origem da empresa e nos ‘desbravadores’ da companhia no Brasil.
“Quando ainda nem se falava em comunicação no Brasil, a Volvo já tinha uma revista interna. Hoje essa revista é bimestral e cada veículo tem o seu papel aqui, mas acredito que essa revista ainda seja a mais influente entre os funcionários”, explica Marco Greiffo, responsável pela comunicação corporativa da Volvo.
De 1978 para cá, muita coisa mudou e os desafios da comunicação também. Para Greiffo, o estilo da notícia mudou e os colaboradores exigem informação rápida, de acordo com sua rotina. “Nosso desafio é aprofundar a estratégia para esse público que tem cada vez menos tempo, com uma interação cada vez mais rápida. Antigamente a gente fazia um vídeo de 10 minutos, agora a gente faz de 3 minutos, se não a pessoa sai da sala”, conta.
Além da revista, a companhia conta com murais, intranet, webtv, boletins especiais e a revista Viking Família, que é enviada para a casa dos funcionários. Para produzir esse material, a multinacional conta com oito pessoas na estratégia de comunicação, além de agências que colaboram com o conteúdo.
Apesar do público exigente descrito por Greiffo, com 210 executivos, o analista de comunicação acredita que equipe está cumprindo bem sua missão. “O prêmio (melhores empresas) é a prova de que os colaboradores estão motivados e entendendo bem os objetivos da empresa”, conclui.
13abr
Se este relacionamento for um cabo de guerra, pior para todo mundo. Se for uma via de duas mãos, em que um compreende as peculiaridades e demandas inerentes ao ofício do outro, tanto melhor, e no final quem sai ganhando é o leitor/espectador/ouvinte. Duda Rangel, que se apresenta como “um jornalista desempregado, um homem abandonado pela mulher”, criou um blog bem-humorado para compartilhar o que pensa da profissão e, lá, postou historinhas fictícias com as quais todo mundo vai se identificar, e que demarcam excessos de parte a parte na interação de assessores com a “galera da Redação”. Para entrar no blog, clique aqui. E veja abaixo duas dessas historinhas.
Assessores de imprensa X galera da redação
- Alô, Caderno de Cultura.
- Boa tarde, com quem eu falo?
- Pedro.
- Pedro, aqui é o Edson, da Pauta Criativa Comunicação, tudo bom?
- Edson, estamos no fechamento. Liga depois, por favor.
- Vocês receberam o release do show do Bee Gees Cover?
- Não sei, mas agora não vai dar pra ver isso.
- Pedro, é só uma checadinha.
- Cara, não deu pra entender que estamos no fechamento?
- Mas é rapidi…
(tu-tu-tu)
- Vou mandar as perguntas por e-mail, ok?
- Fátima, nosso diretor comercial é muito ocupado e prefere atender a imprensa por telefone. É mais ágil.
- Querido, eu também sou muitíssimo ocupada aqui na redação. Vou mandar por e-mail mesmo.
- Quantas perguntas são, Fátima?
- Umas 20?
- Vinte?
- Vinte. Algum problema?
- Bom, vou ver se ele consegue responder tudo até sexta.
- Querido, tá louco? Aqui é jornal diário. Preciso das respostas em, no máximo, no máximo, uma hora. E presta atenção: quero também foto em alta resolução. E boa, hein?
17mar
[Artigo do Guilherme, publicado n´A Notícia em 12 de março]
O relacionamento entre empresas e imprensa cresce e amadurece – o que é bom para ambas as partes, mas também, e particularmente, para a alta qualidade do noticiário sobre o setor produtivo disponível no Brasil. Do lado das corporações, o avanço está em reconhecer que não podem prescindir de uma comunicação sistemática e transparente com a mídia, ao encargo de profissionais empenhados em estabelecer, com ela, uma via de mão dupla: fornecem regularmente informações para a pauta e permanecem de portas abertas em uma segunda fase do processo, quando procuradas pelos jornalistas para prestar esclarecimentos adicionais. Ou seja, a empresa já não se limita à rotina de distribuir press-releases (textos produzidos por assessorias para divulgar fatos relevantes), mas investe em um trabalho estratégico e extremamente profissional, repleto de nuances fundamentais para sua eficácia.
Do lado da imprensa, talvez o grande passo esteja em consolidar a importância do empresário como fonte confiável, e da empresa como organismo social em si, o que a torna objeto natural de atenção do público; em outras palavras, foco de notícias. Tese apresentada em 2010, no Mestrado em Jornalismo da UFSC, joga luzes nesse tema ao examinar as estratégias das fontes empresariais nas relações com jornalistas de economia e negócios. O autor, Aldo Schmitz, realizou uma pesquisa que envolveu 71 empresários ou executivos, 92 jornalistas e 277 assessores de comunicação para avaliar como tais atores interagem, tendo a imprensa no epicentro.
Segundo a pesquisa, “dialogar com seus públicos e a sociedade” e “gerir a imagem e a reputação, sua ou da organização” são os objetivos principais dos empresários quando atendem jornalistas. Querem, também, pautar o debate público de assuntos de seu interesse e promover a organização, seus produtos ou serviços. São, todos, propósitos legítimos. Um porém, no que revela o estudo de Schmitz, está no pé atrás do empresariado quanto aconceder entrevista: a maioria reclama que o jornalista faz perguntas impertinentes, deturpa as informações, publica declarações fora de contexto e age como “promotor, juiz e carrasco”. Por conta disso, diz a pesquisa, as fontes medem as consequências do que falam à imprensa. Ao que parece, ainda há arestas a aparar nessa relação.
14mar
O Anuário Brasileiro das Agências de Comunicação, editado pela Mega Brasil, afirma que as empresas do setor não temem que o crescimento dos negócios derive em uma espécie de “apagão profissional”. Até porque boa parte delas, ao menos as grandes e as médias, estão fazendo a sua parte e investindo em programas de formação dentro de casa. Aqui no blog, vamos dar uma olhada em alguns exemplos. O primeiro é o da Máquina, dirigida pela jornalista Maristela Mafei. “Estamos presenciando um amadurecimento nos programas de treinamento endógenos, na busca de novos talentos no mercado. Já deixamos de ser um segmento de passagem e nos tornamos o destino final para um considerável número de profissionais, inclusive das novas gerações”, afirma Maristela. Desenvolver na equipe a chamada cultura de gestão e realizar processos internos de recrutamento e treinamento de jovens talentos, como um programa de trainees, são práticas da Máquina para fazer frente à demanda de uma formação cada vez mais qualificada. Outra é a distribuição de ações da empresa entre os funcionários, para premiar e comprometer as pessoas com o negócio. O guia também cita o caso da RP1, que investe na retenção de talentos e na capacitação gerencial.
(Amanhã, outros comentários.)
02mar
Uma preocupação recorrente no segmento das agências de comunicação é a pressão do mercado na hora de definir o preço dos serviços. O anuário da Mega Brasil chega a qualificar essa situação como “quase insustentável”. O que fazer? “Aceitar e correr todos os riscos que isso acarreta ou rejeitar e ver um concorrente pegar a conta?”, pergunta-se o anuário, qualificando o problema como um dilema real para as empresas que atuam nesse ramo. A solução, diz, está no amadurecimento do mercado, “que levará organizações e agências a encontrar o ponto de equilíbrio para uma atuação plena e sustentável, que beneficie os dois lados”. Um dos alertas que a publicação faz é para a proliferação de concorrências que antecedem a contratação de serviços, seja por grandes empresas, seja no setor público. Qual o problema aí? “O mercado está inundado de concorrências que são meras tomadas de preço de empresas que querem ter parâmetros de seus custos com fornecedores. Ou seja, não são concorrências para valer”, chama atenção a presidente da In Press, Kiki Moretti.