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Arquivo da Categoria  O papel do assessor

11fev

Um a um

Foi-se o tempo da mídia de massa. O novo século está sendo marcado pelo advento da comunicação “um a um”, o que detona uma crise sem precedentes na publicidade, no marketing e nas relações públicas. O raciocínio é do jornalista Paulo Nassar, em um dos artigos que abrem o anuário da Mega Brasil. Diz ele: “A ideia de poucos transmitindo informações para muitos, em canais escassos e profícuos, está desmoronando”. A onda de transformações técnicas e econômicas que estamos vivenciando teria produzido, segundo a visão do autor, algumas tendências fundamentais. As principais: (1) o surgimento do tempo real nas comunicações, acessível a todos; (2) o surgimento de novos públicos para a comunicação institucional, não mais concentrada em jornalistas, clientes e políticos, mas agora com o alvo em segmentos como estudantes e fornecedores, além de, particularmente, as comunidades, vizinhas à organização ou mesmo as virtuais; (3) a entrada de novas mídias no cenário, a exemplo do Twitter, ao lado de busdoors e mensagens via celular. O autor finaliza o artigo sublinhando que “uma comunicação saudável pressupõe a construção conjunta de ações e de conteúdos”, não mais restrita à área de tecnologia ou, digamos, à parceria com os clientes, e passando a envolver, entre outros aspectos, parcerias com organizações não-governamentais. Um dos pressupostos, nesse cenário, seria a transparência como “caminho irreversível” para as empresas, ao ponto de que caberia aos profissionais de comunicação o papel de “ensinar suas empresas a escancarar os portões”.

(Segunda-feira, mais informações e ideias extraídas do guia da Mega Brasil)

10fev

Admirável mundo novo

Professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo e diretor-geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), Paulo Nassar ressalta, no Anuário Brasileiro das Agências de Comunicação e da Comunicação Corporativa, que vivemos um “admirável mundo novo” da comunicação organizacional. Não somente pelo mais óbvio, a profusão de “maravilhas tecnológicas” à disposição dos profissionais, mas por conta do que ele chama de “mudança de paradigma”. Se os ícones do velho paradigma seriam nomes como Adam Smith, Taylor e Ivy Lee, com a ênfase na “busca pela eficiência na construção de marcas e de relacionamentos que garantissem a segurança das organizações”, para o autor, os controles vigentes até então chegaram ao limite e “a velha fórmula em breve não funcionará mais”. Se, diz ele, essa pode parecer uma má notícia, a boa é que seriam precisamente os comunicadores que passariam a estar na vanguarda das empresas, nestes novos tempos. “De disciplinadores, [os comunicadores] passarão a guardiões da criatividade. De controladores, passarão a incentivadores do descontrole. Em outras palavras, serão os gerentes dos espaços de liberdade nas organizações.” Para entender o alcance desse processo, na opinião de Nassar, é preciso “mudar de lentes” e se aperceber de que, no cenário atual, as marcas corporativas deixam de ser construção exclusiva de um departamento ou agência, “sob a inspiração de gênios ou estrategistas”, para se tornar “construções interativas entre os diversos públicos de uma organização”. Um problema para chegar lá, mencionado pelo autor, é a constatação feita em pesquisa da Aberje de que 21% dos CEOs das empresas acreditam que o engajamento de suas diretorias com a comunicação está abaixo do esperado. “Em outras palavras, esses líderes devotam pouca atenção ao relacionamento com o público.”

(Segue, neste bat-canal, a leitura cruzada do anuário, destacando ideias e dados que percebemos relevantes. Até)

09fev

Setor vai crescer em 2011

Segue a leitura do Anuário Brasileiro das Agências de Comunicação e da Comunicação Corporativa 2010/2011. Ainda na introdução, um artigo do presidente da Abracom, Ciro Dias Reis, comemora os números que o guia apresenta: “Ao que tudo indica, a sombra da crise econômica internacional de 2008, que muito afetou nosso segmento, começa a se dissipar”. Ele se refere ao desempenho médio das agências que atuam na área corporativa em 2010: o crescimento foi de 25%, ante um PIB de 7,5%. Trata-se, diz ele, de um “momento especial”: “Com crescimento econômico, os investimentos em comunicação se consolidam e a demanda por serviços na área tendem a aumentar, não sem enfrentar dificuldades”. Na opinião do profissional, 2010 foi um ano de retomada, tanto no setor privado (“na perspectiva de bons resultados, as empresas aceleraram demandas, especialmente em comunicação nas redes sociais e comunicação interna”) quanto no público, com o advento de um novo marco legal que exige licitações específicas para a contratação, pelo governo, de serviços de comunicação corporativa. “A conjuntura é muito favorável para o mercado de comunicação corporativa. Mas há muito a ser feito para que nossa atividade seja finalmente percebida como estratégica pelas organizações”, pondera o autor.

(Amanhã, mais pinceladas a partir das informações e opiniões trazidas pelo Anuário.)

08fev

Pinceladas do Anuário de Agências

Como você deve ter lido no campo de notícias, fomos citados no Anuário Brasileiro das Agências de Comunicação e da Comunicação Corporativa, editado pela Mega Brasil. Na publicação, centenas de depoimentos e estatísticas que ilustram o crescimento desse setor. Então, vamos selecionar algumas dessas informações, à medida que evoluímos na leitura do material, e compartilhar com os visitantes deste blog.

Primeiro, logo na abertura do trabalho, uma projeção fantástica. Diz lá: “Se os prognósticos de um executivo do segmento das agências de comunicação estiverem certos – de que muitas empresas poderão dobrar de tamanho em três ou quatro anos, por força de crescimentos na faixa média de 20% a 25% –, os estimados R$ 1,5 bilhão/ano de 2010 [faturamento das empresas do setor] poderão aproximar-se de R$ 3 bilhões no ano da Copa, no Brasil”.

Mais adiante, ainda no artigo de apresentação, o guia registra que os indicadores ali apresentados testemunham que o setor de comunicação corporativa se transformou “numa indústria”, pelo potencial demonstrado, competência, profissionalismo, evolução etc.

(Na sequencia, nos próximos dias, novos posts com informações e ideias pinçadas do guia.)

17jan

O filão das MPEs

[Artigo do Guilherme, publicado n´A Notícia em 8 de janeiro]

Em um meio no qual o suporte da pesquisa, para orientar caminhos e mensurar erros ou acertos, é coisa recente, merece aplauso a iniciativa do jornalista Osni Alves Júnior, que finaliza levantamento dedicado a investigar o quanto as micro e pequenas empresas (MPEs) do Norte catarinense vêm empregando as chamadas redes sociais, além de estratégias de assessoria de imprensa, para crescer e aparecer.

Pós-graduando em gestão da comunicação empresarial e relações públicas, Osni distribuiu questionário a profissionais da área, buscando, antes de mais nada, mapear a existência de estruturas profissionais de comunicação corporativa junto a MPEs. Mesmo antes de ter acesso aos dados apurados pelo colega, pode-se arriscar palpite, apostando em um quadro positivo, que registre a abertura crescente das MPEs a ações mais articuladas de relacionamento público a partir de um trabalho qualificado de comunicação no qual a interface com a mídia e a presença nos twitters da vida são dois carros-chefes (desde que conectados a um amplo planejamento que lhes dê nexo).

Como fruto de um largo processo de profissionalização desse tipo de prática que toma corpo há cerca de duas décadas, em organizações de maior porte, já se observa um movimento consistente também naquela faixa mais abaixo da pirâmide empresarial, que desperta para a necessidade premente de se manifestar pela via da comunicação correta, sistemática e atenta ao interesse público.

Na região de Joinville, não são raros os exemplos de empresas menores que nem por isso deixam de priorizar investimentos para marcar presença em redes sociais e levar informação ao público por intermédio da imprensa – cada vez mais atenta, por seu turno, a boas histórias de sucesso vindas desse filão. Já há agências especializadas em atender a tal demanda, cheia de peculiaridades, e, puxando o trem, a própria Ajorpeme, associação de classe que congrega as MPEs, mantém um trabalho dinâmico e pró-ativo de comunicação. É por aí, pelas micro e pequenas empresas, que se dará o incremento esperado da atividade de comunicação corporativa nos próximos anos. (Enquanto isso, quem milita na área espera curioso pela pesquisa do Osni, que tende a assinar embaixo do que se escreveu acima.)