Nascidos antes do tempo
Índices de prematuridade ainda preocupam, mas podem diminuir se houver prevenção
A prematuridade é responsável por 75% das mortes logo após o parto, excluídos os óbitos por má-formação. Sua ocorrência vem aumentando devido à idade avançada de um grande número de mães e ao crescimento das gestações de gêmeos, em casos de reprodução assistida. Um dos meios para diminuir o nascimento de bebês prematuros é o trabalho intensivo com gestantes de alto risco. Às mulheres grávidas, recomenda-se fazer os exames sugeridos e procurar um médico ao menor sinal de alteração.
Quando os exames são feitos no tempo certo, é possível, por exemplo, acelerar o desenvolvimento pulmonar da criança, se houver indícios de nascimento antes das 34 semanas regulares de gestação. “O médico pode prevenir, usando corticóide materno. Isso contribui para a sobrevivência dos prematuros”, explica a neonatologista Renata Sfendrych, do Hospital Dona Helena, de Joinville.
Os avanços da medicina também favorecem. Para se ter uma idéia, os bebês que nasciam a partir das 24 semanas em 1988 tinham 34% de possibilidade de sobreviver. Dois anos depois, o sucesso do tratamento já alcançava 55% dos casos. Isso se deve ao atendimento das UTIs neonatais e ao preparo dos profissionais. “O Hospital Dona Helena tem respiradores de última geração e todos os profissionais são especialistas em neonatologia”, exemplifica Renata. “Também incentivamos o aleitamento materno e temos uma equipe multidisciplinar para dar suporte em todas as especialidades.”
A UTI neonatal da instituição, que conta com todo um trabalho de humanização, preza pela tranqüilidade. “É importante que os prematuros durmam bastante e encontrem um ambiente semelhante ao da barriga da mãe. Do contrário, podem ficar com seqüelas”, garante a neonatologista. Ela se refere ao fato de que o HDH incentiva o repouso e o contato contínuo com os pais, para fortalecer os laços e acelerar o desenvolvimento.
Atenção às gestantes de alto risco
Cuidar das gestações que prometem ser mais complicadas é uma das formas de diminuir os índices de prematuros. “Os problemas da prematuridade se iniciam antes do nascimento, com aumento da incidência de sofrimento fetal e de cesariana”, explica o ginecologista e obstetra Jean Carl Silva. “Além da sobrevivência, temos a preocupação com o futuro dessa criança que pode, no decorrer da vida, ter problemas no desenvolvimento cerebral, respiratórios, de visão, entre outros.”
Jean coordena o grupo que cuida das gestantes de alto risco do Dona Helena. O serviço existe há sete anos e tem por objetivo prevenir o nascimento de prematuros e contribuir para o desenvolvimento saudável dos bebês. São dois grupos de mamães que se reúnem uma vez por semana e contam com o auxílio de uma equipe multidisciplinar, com orientações médicas, nutricionais, psicológicas e fisioterapeutas. Elas também fazem exames periódicos para controlar a diabete.
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