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 18out 

O jornalzinho já era

 

[Artigo do Guilherme Diefenthaeler publicado domingo, 17, no jornal A Notícia]

Canal dos mais relevantes nos processos de comunicação organizacional, nos últimos anos, as publicações jornalísticas alcançaram um patamar de excelência tal, no acabamento gráfico-editorial refinado e nos processos de execução, que nada ficam a dever a muitos veículos tradicionais vendidos em banca. Aliás, já tem até revista corporativa vendida em banca, como a “Audi Magazine”, ou baseada em textos e layout de primeira linha, com assinatura disponível e tudo, como as revistas de bordo. Enfim, foi-se o tempo em que esse tipo de publicação merecia o diminutivo de “jornalzinho” ou “revistinha”.

Uma boa novidade, e esta mais recente, está na percepção sobre o caráter estratégico da imprensa empresarial, contribuindo para a formação da imagem pública das organizações que a adotam. Particularmente no campo interno, dirigidos ao funcionário, os antigos “jornaizinhos” de fábrica vão dando lugar a produtos editoriais consistentes, com pautas fundamentadas que, em casos ainda pontuais, mas que desenham uma tendência, não traem princípios básicos do jorna- lismo, como “ouvir o outro lado”.

As empresas vão percebendo, também, que é possível tratar com maturidade e equilíbrio até mesmo eventuais “notícias ruins”, e que a transparência praticada no campo externo, quando a organização passa por maus bocados e episódios de crise, pode e deve ser reproduzida nos fluxos de comunicação com as equipes de trabalho.

Pesquisa recente com experimentados profissionais que atuam na área reafirma a percepção de que só tem a ganhar a organização que eliminar do mapa tabus como esses e trouxer para a publicação corporativa o que há de melhor na imprensa tradicional, em termos de métodos e abordagens. Há uma predisposição relevante, no meio empresarial, para se tratar assuntos espinhosos (acidentes de trabalho, avanços da concorrência, queda nas vendas e afins) com a mesma tranquilidade que notícias de caráter positivo.

Ainda bem. Não há mais espaço para publicações cor-de-rosa. Quem não contar com o senso crítico do leitor como parte óbvia dos processos de comunicação vai jogar o investimento na lata de lixo e dar tiro na água.

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