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 10dez 

Os desafios da comunicação organizacional

 

[Mais um trecho da monografia que estamos produzindo, que examina as perspectivas do jornalismo empresarial]

O professor José Marques de Melo afirma que a atividade profissional de comunicação organizacional “chegou ao país com as grandes empresas estrangeiras e enfrenta o desafio contemporâneo de se adaptar às condições de uma sociedade que reconquista decididamente o caminho da vida democrática”. O professor salienta que “a estrutura tecnológica dos processos de comunicação empresarial impõe uma verticalidade no fluxo de difusão, privilegiando a informação descendente”, o que seria a causa de “distorções na vida cotidiana de grandes organizações comerciais e industriais cujos veículos de comunicação carecem de credibilidade e, portanto, desempenham papel negativo na formação de uma consciência democrática”. Superar esse impasse, por meio de uma estratégia que “induza o comunicador empresarial a perceber as expectativas da comunidade em que atua, viabilizando a informação descendente”, seria o desafio do profissional. Ainda no prefácio, o professor lembra que o modelo brasileiro de comunicação corporativa foi “transplantado de sociedades abertas (sobretudo a americana)” e “desenvolveu-se em nosso país em plena vigência do autoritarismo político”, daí enveredando por “trilhas equivocadas” e “regendo-se mais pela batuta da propaganda do que pelo dever de informar e suscitar a expressão das opiniões”. Ao final, ele defende que se repensem as práticas de comunicação empresarial “buscando alternativas consentâneas com o processo de transformação das relações sociais e políticas vivenciadas nesse instante da conjuntura brasileira” (o texto, vale observar, data de 3 de junho de 1984).

Exatamente a partir dos anos 1980, com a redemocratização, Cláudia Lemos e Rozália Del Gáudio registram que “a sociedade passa a demandar que as organizações as informem sobre sua atuação em áreas como meio ambiente, qualidade dos produtos e serviços e atuação social”, o que seria outro fator a motivar o progresso da imprensa corporativa, endereçada para diferentes segmentos de público. No entanto, seriam a industrialização crescente e a organização dos trabalhadores os “focos principais da guinada nas atenções da comunicação a partir dos anos 80″, dizem as autoras.

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