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 16fev 

Reflexões sobre o compromisso público da comunicação

 

Só uma curta reflexão: desde o encontro que tivemos, aqui na Mercado de Comunicação, com a gestora da rádio Mais FM, Ana Paula Peixer, ficou no ar uma certa inquietação, que vem a ser, na verdade, a constatação de que a maior parte das pessoas responsáveis pela condução dos meios de imprensa de Joinville, principalmente em rádio (não é o caso de Ana Paula), não consegue alcançar a amplitude do compromisso público que é fazer comunicação. Só é possível abrir uma rádio ou uma emissora de televisão com uma concessão pública, isto é, um precedente que permite que alguém utilize o poder gigantesco desses meios para transcender limites geográficos. Essa concessão faz com que, de certa maneira, toda emissora de rádio seja pública, já que ela só existe por conta de uma concessão do governo e da sociedade, que deposita sua confiança e espera, como contrapartida, um conteúdo de qualidade, que permita o crescimento cultural e racional do cidadão, seja por meio de um bom jornalismo, de boa música ou um sortimento de informações importantes para o cotidiano.

Essa é a noção que está perdida. Os veículos de comunicação são conduzidos como empresas particulares e comuns, restritas à busca do lucro. Falta a noção de compromisso com o cidadão, de fazer valer a concessão. E é por isso que a criação de ferramentas governamentais de verificação da qualidade do conteúdo não são censura, como desejam disseminar certas correntes de profissionais. Essas ferramentas querem aferir se, realmente, cada um desses veículos fazem o que se propõe a fazer. Se realmente contribuem para o crescimento intelectual do cidadão comum.

Para nós, da Mercado de Comunicação, é claro que temos certa responsabilidade no processo de garantia dessa proposta de compromisso, de contrato. E é por isso que, mesmo sem sermos “obrigados” pela legislação, damos nossa contrapartida de interesse social com a realização do Prêmio Joinville de Expressão Literária, que incentiva a educação pelas letras, e dá a muita gente a chance de desengavetar suas criações pessoais, e mostrá-las à comunidade. A iniciativa da Mais FM, de apoiar o prêmio, demonstra que existe, pelas nossas bandas, gente que lida com comunicação e tem a consciência de que esse ofício, mais que apenas um negócio, é um sacerdócio, um voto de dedicação integral ao próximo, de fomento à cidadania. E é essa consciência, de que temos companhia no front dessa guerra diária, é que nos incentiva a continuar lutando.

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